Muitos cristãos ultimamente preferem distanciar a influência divina de qualquer meio politico por, provavelmente, já estarem enraizados na ideia de "separação entre Igreja e Estado" e de que devemos fazer apenas o evangelismo - não tirando o valor disso. Porém, o efeito causado pela ausência da moral cristã é a perseguição da mesma, devido a substituição desses valores pelos seculares. Assim, é necessário nós tenhamos influência sobre o governo. No que tange a isso, acho lhe dei uma noção do porque precisamos, mas, porém, quero destrinchar algumas coisas.
A influência cristã é muitas vezes confundida com imposição da fé, devido a casos na Idade Média. Porém, se observarmos a atual Europa vemos um total vazio no que se diz respeito de valores cristãos. Devido a imposição da fé muitos se sentiram "oprimidos" e, alguns se aproveitando da oportunidade, acabaram por criar ideologias (como o marxismo, iluminismo) justamente para quebrar esta hegemonia - não estou classificando essas ideias como benéficas, pelo contrário.
Este sentimento demonstra que tal atitude apaga muito do real cristianismo, afinal, o pecador não estará aceitando Jesus como salvador por abrir seu coração, mas sim por que o governo lhe ordena, matando a questão espiritual. Então, para quem busca influência cristã dentro do estado a imposição religiosa não deve ser uma questão a se considerar, pois esta irá gerar mais brechas e conflitos do que soluções e paz.
Vemos exemplos no apóstolo Paulo, João Batista, Daniel, José, dentre vários outros na bíblia que não impuseram suas crenças e, com a direção de Deus, levaram povos a prosperidade e a busca pela santidade. No caso por exemplo de José, sua influência durante seu tempo no cargo como governador, manteve a paz em meio aos egípcios e hebreus.
Há décadas o brasileiro cristão acredita, como disse no inicio, na questão de só evangelismo importar e que as instituições são dominadas por larápios e não podemos fazer nada quanto a isso. Porém lembre-se: tanto a Igreja (Mateus 16:18) quanto o Estado (Romanos 13:1) foram estabelecidos por Deus e esta realidade que vivemos se encontra em tal estágio devido a parte do "ide" que inclui a influência cristã sobre o governo ter sido colocada fora da equação. Nesta constante guerra cultural e espiritual, portanto, se você se retira deste combate o inimigo obviamente irá prevalecer no discurso. Em nosso país as lideranças políticas possuem maior tendência a valores de grupos seculares, como o liberalismo e o marxismo, justamente pela falta de atuação da igreja, a qual foi expurgada do meio político e não reagiu.
Desta forma, pastores, padres, ou cristãos com um conhecimento semelhante, precisam dar ensinamentos sobre política baseados no direcionamento bíblico para ali formar uma base de pessoas conscientes, não para somente participarem do "processo democrático", mas a ocupação de espaços focada no cultural/espiritual e em seguida, consequentemente, no âmbito político de fato, se posicionando como front contra às agendas do aborto, a promoção da ideologia de gênero, políticas anticristãs e assim por diante.
"Samuel, entendo a importância de tal atitude, mas são temas muito polêmicos. Iremos dividir a igreja desse jeito!"
Por esta mentalidade se encontramos em tal momento de nossa história. Não há problema em demonstrarmos o que a bíblia diz sobre qualquer assunto, afinal, isso faz parte de lecionar sobre a verdade. Pegue o exemplo de Jesus, ele não media palavras contra atitudes de governantes e ainda sim os aconselhava. Não iremos conseguir realizar tal processo de influencia e transformação se não primeiro reconhecermos o nosso papel em tudo isso. Se livrando destas amarras e buscando direção de Deus, conseguiremos ir e realizar o "ide" para mudarmos algo em nosso país e desconstruir este sistema anticristão. Recomendo a leitura do livro Política Segundo a Biblia de Wayne Grudem, lá terão uma análise do tema em 191 páginas.
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